quinta-feira, 11 de setembro de 2008

IDH2

O Índice de Desenvolvimento Humano - IDH é uma medida-resumo do desenvolvimento humano, um único número com o mesmo nível de simplicidade do PIB per capita, mas menos cego do que este às questões sociais.

O IDH não deve ser visto como:
uma medida de "felicidade" ou um indicador do "melhor lugar para se viver".
uma medida compreensiva de todos os aspectos do desenvolvimento humano.
O conceito de desenvolvimento humano é maior e mais amplo do que sua medida. Para se obter um quadro mais compreensivo, é necessário suplementar o IDH com outros indicadores.
Aspectos como direitos humanos, participação, não-discriminação não são incluídos no IDH, mas são essenciais para o desenvolvimento humano.
Estimativa do IDH - Metodologia
Componentes do IDH
O IDH leva em conta três dimensões básicas da existência humana:

uma vida longa e saudável; o acesso ao conhecimento; um padrão de vida digno.
Estas três dimensões são mensuradas no IDH pelos seguintes indicadores:
esperança de vida ao nascer; taxas de alfabetização e de matrícula; PIB per capita

Normalização: Para cada indicador, valores mínimos e máximos são selecionados.
Os valores mínimos e máximos não correspondem a valores observados - são fixos e baseados nas tendências dos indicadores (seus valores prováveis nos próximos 25 anos).
A diferença entre o valor máximo e mínimo representa o caminho completo a ser percorrido pela sociedade no respectivo indicador.
A diferença entre o valor observado e o valor mínimo mostra o avanço já realizado.
Para cômputo do IDH, calcula-se a seguinte relação:
índice = (valor observado - valor mínimo) / (valor máximo - valor mínimo).
O valor resultante, um número puro, mostra qual o caminho já percorrido pela sociedade como proporção de todo o caminho a percorrer no respectivo indicador.
Se, para um indicador qualquer, uma sociedade:
permanece no ponto mínimo, o valor normalizado do indicador será zero.
alcançou o ponto máximo, o valor normalizado do indicador será um.
Portanto, a escala para cada indicador é fixada entre zero e 1.

Ponderação:Cada um destes indicadores normalizados entra no IDH com o mesmo peso (1/3).
A adoção de pesos iguais se deve a que todas as dimensões do IDH são igualmente valiosas e desejáveis. O IDH não admite substituição entre as suas três dimensões - a questão de quanto de renda se deve abrir mão em troca de um ano a mais de vida não faz sentido no contexto do IDH.
Como o valor dos três indicadores varia entre zero e 1, o valor do IDH também varia entre zero e 1.
O componente renda do IDH:
O PIB per capita entra no IDH, não por si mesmo, mas como uma proxy para todas as outras dimensões do desenvolvimento humano que não uma vida longa e saudável e o acesso ao conhecimento.
Os valores mínimo e máximo deste indicador são 100 dólares e 40 mil dólares, respectivamente.
Supõe-se que a contribuição da renda para o desenvolvimento humano está sujeita a retornos decrescentes. Um real extra de renda, quando a renda é de 10 mil reais, não é um insumo tão importante para o desenvolvimento humano quanto um real extra, quando a renda é de 100 reais. Para ter isto em conta, a partir do Relatório de Desenvolvimento Humano de 1999, passou-se a ajustar o indicador renda tomando o seu logaritmo, independentemente do nível de renda.
Em comparações internacionais, dado que o poder de compra de US$ 1 não é o mesmo em países diferentes, os valores dos PIBs per capita devem ser convertidos em dólares pela taxa de câmbio que igualaria o poder de compra do dólar entre os países (paridade do poder de compra - PPC).
No caso do Brasil, a taxa de câmbio real/dólar correspondente à PPC quase sempre é mais baixa do que a taxa de câmbio corrente.

O componente educação do IDH:
A taxa de alfabetização de adultos (15 anos e mais) tem peso de 2/3 e a taxa combinada de matrícula (primeiro, segundo e terceiro graus) tem peso de 1/3, neste componente do IDH.
Os valores mínimo e máximo para ambas estas variáveis são 0% e 100%, respectivamente.

O componente longevidade do IDH:
Esta dimensão é representada no IDH pelo indicador esperança de vida ao nascer - o número de anos que se espera um recém-nascido venha a viver, com base nos padrões correntes de mortalidade.
Os valores mínimo e máximo desta variável são 25 anos e 85 anos, respectivamente.

Estimativa do IDH - Exemplo:
Valores para os componentes do IDH, referentes ao ano de 2001, utilizados no RDH 2003Para o cálculo do IDH-Brasil.
Esperança de vida ao nascer 67,8 anos;
Taxa de alfabetização 87,3%;
Taxa de matrícula 95,0%;
PIB per capita US$ 7 360;
Cálculo do IDH - Brasil no RHD 2003;
Cálculo do Índice de Renda;
IDH-R = (ln 7360 - ln 100) / (ln 40 000 - ln 100) = 0,717

Cálculo do Índice de Educação:
IDH-E = (0,873 x 0,666...) + (0,95 x 0,333...) = 0,899

Cálculo do Índice de Esperança de Vida:
IDH-S = (67,8 - 25) / (85 - 25) = 0,713

Cálculo do Índice de Desenvolvimento Humano:
IDH = (IDH-R + IDH-E + IDH-S) / 3 = (0,717 + 0,899 + 0,713) / 3 = 0,777

Referências
Jahan, Selim (2003). Evolution of the Human Development Index, in Fukuda-Parr, S. e A. Kumar (eds.). Readings in Human Development, p. 128-139. Oxford University Press.

Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (2003). Relatório do Desenvolvimento Humano 2003. Oxford University Press.






Desenvolvimento Humano e IDH

O conceito de Desenvolvimento Humano é a base do Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH), publicado anualmente, e também do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Ele parte do pressuposto de que para aferir o avanço de uma população não se deve considerar apenas a dimensão econômica, mas também outras características sociais, culturais e políticas que influenciam a qualidade da vida humana.
Esse enfoque é apresentado desde 1990 nos RDHs, que propõem uma agenda sobre temas relevantes ligados ao desenvolvimento humano e reúnem tabelas estatísticas e informações sobre o assunto. A cargo do PNUD, o relatório foi idealizado pelo economista paquistanês Mahbub ul Haq (1934-1998). Atualmente, é publicado em dezenas de idiomas e em mais de cem países.

O IDH - Índice de Desenvolvimento Humano
O objetivo da elaboração do Índice de Desenvolvimento Humano é oferecer um contraponto a outro indicador muito utilizado, o Produto Interno Bruto (PIB) per capita, que considera apenas a dimensão econômica do desenvolvimento. Criado por Mahbub ul Haq com a colaboração do economista indiano Amartya Sen, ganhador do Prêmio Nobel de Economia de 1998, o IDH pretende ser uma medida geral, sintética, do desenvolvimento humano. Não abrange todos os aspectos de desenvolvimento e não é uma representação da "felicidade" das pessoas, nem indica "o melhor lugar no mundo para se viver".
Além de computar o PIB per capita, depois de corrigi-lo pelo poder de compra da moeda de cada país, o IDH também leva em conta dois outros componentes: a longevidade e a educação. Para aferir a longevidade, o indicador utiliza números de expectativa de vida ao nascer. O item educação é avaliado pelo índice de analfabetismo e pela taxa de matrícula em todos os níveis de ensino. A renda é mensurada pelo PIB per capita, em dólar PPC (paridade do poder de compra, que elimina as diferenças de custo de vida entre os países). Essas três dimensões têm a mesma importância no índice, que varia de zero a um.
Apesar de ter sido publicado pela primeira vez em 1990, o índice foi recalculado para os anos anteriores, a partir de 1975. Aos poucos, o IDH tornou-se referência mundial. É um índice-chave dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio das Nações Unidas e, no Brasil, tem sido utilizado pelo governo federal e por administraçõ Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M), que pode ser consultado no Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, um banco de dados eletrônico com informações sócio-econômicas sobre os 5.507 municípios do país, os 26 Estados e o Distrito Federal.

Nenhum comentário: