domingo, 30 de novembro de 2008

Hiperglicemia / Hipoglicemia


HIPERGLICEMIA
É a elevação dos níveis de glicose no sangue. Muitos não sabem, mas uma glicemia acima de 160 mg/dL, já é considerada como hiperglicemia. Ela acontece, principalmente quando o tratamento medicamentoso se torna insuficiente para sua alimentação e atividades diárias. Pode ser causada por:
Dose de medicação inferior à necessidade
Caso o uso de sua medicação não seja mais a indicação para seu caso
Abusos alimentares
Na ocorrência de gripes ou infecções em geral
Sugestões para o tratamento dos diversos estados glicêmicos
GLICEMIA
LANCHE RECOMENDADO
120 - 180 mg/dL
Lanche usual, evitando achocolatado diet e suco de laranja
180 - 250 mg/dL
Bebida de baixo valor calórico, porção de bolacha ou pão, evitar frutas
acima de 250 mg/dL
Líquidos com baixo valor calórico, pequena porção de bolacha ou pão
Complicações Crônicas
COMPLICAÇÃO
SINTOMAS
MICROANGIOPATIA:
comprometimento dos vasos capilares: nefropatia e retinopatia.
MACROANGIOPATIA:
Comprometimento dos vasos arteriais: deficiência circulatória no cérebro, coração e membros inferiores.
RETINOPATIA
Alteração na visão
Pontos flutuantes
Dificuldade de enxergar de dia
Pressão ou dor nos olhos
Hipersensibilidade à luz
Anéis ou halos coloridos.
NEFROPATIA
Presença de albuminúria persistenteExcreção de albumina > 300 mg/dL, na ausência de outro distúrbio renal.
NEUROPATIA
Formigamentos
Impotência sexual
Alterações: Digestivas
Urinárias
Circulatórias
Ressecamento da pele
Lesões ulcerosas de pernas e pés, etc.
Problemas de Saúde a Longo Prazo Altos níveis de glicose no sangue podem provocar alterações nos nervos e nos grandes e pequenos vasos sanguíneos. O Diabetes também pode diminuir a resistência do corpo em combater infecções. Quem tem Diabetes e mantém a glicemia elevada está mais propenso a ter sérios problemas oculares, doença renal, ataques cardíacos, derrame cerebral, pressão alta, má circulação, formigamento nas mãos e nos pés, problemas sexuais, amputações e infecções. O bom controle do Diabetes pode ajudar a evitar esses problemas. Mudanças Saudáveis no Estilo de Vida
Aprender o máximo possível e a realização de mudanças saudáveis, ajuda a administrar de forma eficaz o Diabetes
Selecionar um plano alimentar balanceado e rico em carboidratos complexos
Diminuir a gordura da alimentação
Escolher cuidadosamente a hora das refeições
Monitorizar a glicemia de acordo com a recomendação do médico
Realizar exercícios de baixo impacto como caminhada, natação e ciclismo
É muito importante seguir as recomendações do médico. Consulte-o sempre.
Fonte: Roche

HIPOGLICEMIA
O principal objetivo do tratamento do Diabetes é normalizar sua glicemia (açúcar no sangue).Para conseguir um perfeito equilíbrio metabólico, é preciso um equilíbrio entre Dieta, Exercícios Físicos e Medicação (insulina ou hipogliceminantes orais).Caso não ocorra esse equilíbrio, você pode apresentar Hipoglicemia ou Hiperglicemia.
HIPOGLICEMIAA hipoglicemia é a queda excessiva de açúcar no sangue.A aparição dos sintomas é rápida e os níveis de glicose no sangue estarão abaixo de 70 mg/dI.CAUSAS DA HIPOGLICEMIA
Excesso de exercícios físicos;
Falta de uma refeição regular ou fora do horário;
Pouca quantidade de alimentos;
Vômitos ou diarréia;
Administração de alta dose de insulina ou ingestão de maior quantidade de hipogliceminantes orais;
Consumo de bebidas alcoólicas.

SINTOMAS DA HIPOGLICEMIA
Fome súbita;
Fadiga;
Tremores;
Tontura;
Taquicardia;
Suores;
Pele fria, pálida e úmida;
Visão turva ou dupla;
Dor de cabeça;
Dormência nos lábios e língua;
Irritabilidade;
Desorientação;
Mudança de comportamento;
Convulsões;
Perda do conhecimento.
Em caso de suspeita de hipoglicemia, você pode notar um ou mais desses sintomas. Ao detectar o(s) sintoma(s) deve-se proceder da seguinte forma:O objetivo é elevar o nível de açúcar no sangue. Se possível, verifique sua glicemia com tiras reagentes. Este teste mede o açúcar no sangue. Não é aconselhável fazer este teste na urina, pois o resultado não é confiável no momento da hipoglicemia.Você deve:
Ingerir algum alimento, copo de leite, suco de frutas ou refrigerante. Se após 10 minutos os sintomas não melhorarem, beber água com açúcar, comer chocolate, uma bala ou tabletes de glicose. Seu médico pode ainda indicar para estas situações o medicamento Glucagon injetável.
O Glucagon libera glicose no sangue.
O alimento deve ser dado quando o diabético estiver consciente e for capaz de engolir, nunca quando estiver incosciente.
Quando o diabético estiver inconsciente, deve ser feito o seguinte:
Colocar na boca, no lado interno da bochecha, açúcar ou mel.
Friccione a parte interna da bochecha para facilitar a absorção.Estas medidas devem ser imediatas, por isso você deve informar às pessoas que convivem com você: colega de escola ou trabalho, familiares e amigos. Eles podem salvar sua vida.
Se após essas medidas, o diabético continuar inconsciente, leve-o imediatamente ao Pronto-Socorro mais próximo, informando ao médico plantonista o antecedente de diabetes, os sintomas da hipoglicemia que a pessoa apresentou e o que já foi feito até o momento. Seguramente, ele administrará glicose endovenosa e verificará a glicemia.
Quando a reação terminar, o diabético deve ingerir algum alimento de absorção lenta, como um sanduíche, bolachas, uma fruta ou outro alimento que tenha costume de comer normalmente.

COMO EVITAR A HIPOGLICEMIA
Programe suas atividades físicas;
Ingerir alimentos extras antes de exercícios físicos;
Cumprir o plano alimentar: horário, quantidade e qualidade dos alimentos;
Em caso de vômitos e diarréia, informe seu médico imediatamente;
Utilizar a medicação prescrita nas doses e horários indicados pelo médico;
Evitar bebidas alcoólicas.
Em situações especiais, como viagens, festas entre outras, intercale sua alimentação regular com lanches extras, de acordo com a situação.
IMPORTANTE
Use sempre um cartão de identificação de diabético. Ele pode salvar sua vida.
Tenha sempre consigo balas ou tabletes de glicose.
Reconheça os sintomas e trate-os prontamente.
Hipoglicemias noturnas podem se manifestar com pesadelos, gritos, além dos sintomas mencionados.
Pode acontecer hipoglicemia sem sintomas e sua detecção só é possível ao fazer o exame de glicemia no sangue.
Por isso é importante realizar autocontroles domiciliares e informar o seu médico. A hipoglicemia pode ser evitada se você conhecer o metabolismo do seu corpo.
Fonte: NovoNordisk

Previna-se contra Diabetes

O Diabetes Melitus é um distúrbio causado pela falta absoluta ou relativa de insulina no organismo. Quando a insulina produzida pelo pâncreas se torna insuficiente, a glicose é impedida de ser absorvida pelas células, o que provoca a elevação dos níveis sanguínios de glicose, cuja a taxa normal, em jejum, é de 70 a 100 mg por 100 ml de sangue.
O Diabetes é um dos mais graves problemas de saúde pública, pois, ao se reconhecer que a principal causa de mortalidade no mundo, que são as doenças cardiovasculares, o Diabetes contribui com 40%, pode-se considerar que como doença crônica isoladamente, é a maior causa de morbi-mortalidade em todo o mundo (IDF - 2003).
No Brasil acomete aproximadamente 10% da população entre 30 e 69 anos, atingindo entre 9 a 10 milhões de pessoas, sendo infelizmente em torno de 5 a 6 milhões apenas que conhecem sua situação, portanto, praticamente a metade está sem diagnóstico.

PRINCIPAIS SUSPEITAS
A doença só se manifesta pelo aparecimento de vários destes sinais e sintomas, ao mesmo tempo.
- Urinar muitas vezes, durante o dia e a noite e em grande quantidade.
- Sede exagerada.
- Obesidade.
- Perda de peso.
- Ter muita fome.
- Desânimo e fadiga fáceis (cansaço).
- Piora da visão.
- Furúnculos frequentes.
- Cicatrização difícil e infecções de pele.
- Impotência sexual.
- Pressão arterial alta.

GRUPO DE RISCO
São pessoas que poderão desenvolver Diabetes Mellitus Tipo 2 devido fatores predisponentes que são:
1 - Familiares diabéticos;
2 - Obesidade;
3 - 3ª idade - 60 anos ou mais;
4 - Hipertensão;
5 - Mães que deram a luz a criança com 4 kg ou mais.

O DIAGNÓSTICO
Não será difícil você imaginar como se descobre a doença, já que, numa pessoa com todas as queixas descritas, o exame a ser feito é a dosagem de glicose no sangue (Glicemia) e na urina (Glicosúria).
Os médicos costumam classificar o diabetes em 2 tipos principais:
* DIABETES TIPO I: As células do pâncreas que normalmente produzem insulina, foram destruídas por auto anticorpos.
* DIABETES TIPO II: O que se pode controlar só com dieta, ou com esta mais comprimidos (Hipoglicemiante oral). É um diabetes que ocorre mais em pessoas adultas após os 40 anos. Embora não se saiba o que causa o Diabetes Tipo II, sabe-se que neste caso o fator hereditário tem uma importância bem maior do que no Diabete Tipo I. Também existe uma conexão entre a obesidade e o Diabetes Tipo II; embora a obesidade não leve, necessariamente ao diabetes. O Diabetes Tipo II é um distúrbio comum, afetando 10% da população, de 30 a 69 anos. Os diabéticos tipo II produzem um pouco de insulina natural, mas por muitas razões suas células não conseguem metabolizar a glicose suficiente da corrente sanguínea.

CONSEQUÊNCIAS DO DIABETES NÃO CONTROLADO
1 - Cegueira;
2 - Enfarte do miocárdio;
3 - Gangrena;
4 - Impotência sexual masculina;
5 - Outras complicações.
Quando não controlado, o Diabetes pode ainda trazer outras consequências como: Hipertensão Arterial, Insuficiência renal e infecções.
"Todas estas consequências podem ser evitadas através de um controle eficaz" (Hemoglobina glicada menor que 7).

DIABETES GESTACIONAL
Diabetes Gestacional é uma patologia que acomete subitamente mulheresnão-diabéticas que engravidam.
No Diabetes Gestacional, a mulher desenvolve o Diabetes somente durante a gestação porque produz uma quantidade insuficiente de insulina devendo a mulher ficar atenta para o possível desenvolvimento de Diabetes Mellitus no futuro para ela e seu bebê.
Ao término da gestação, a mulher habitualmente volta ao seu estado normal de produção de insulina. Isto ocorre porque, neste período, a placenta produz substâncias que bloqueiam a ação da insulina, o que pode provocar a elevação de glicose.
Mas não é preciso se alarmar. Essa é uma situação passageira em sua vida e seu bebê vai se desenvolver normalmente se forem seguidas todas as recomendações do seu médico.

COMO DEVO COMER?
Uma alimentação equilibrada é aquela que contém todos os nutrientes: deve ter restrição de carboidratos simples, proteínas, gorduras, sais minerais, vitaminas, fibras vegetais e água.

COMO COMPOR UMA ALIMENTAÇÃO EQUILIBRADA?
Incluindo em todas as refeições um alimento de cada grupo alimentar:
* Energéticos: Carboidratos complexos (arroz integral, feijão, soja, milho, lentilha, ervilha, trigo em grão).
* Construtores: Aves, peixes, frutos do mar, ovos, carnes e queijos magros, evitando gorduras (queijo amarelo, manteiga, cremes).
* Reguladores: Fontes de vitaminas: sais minerais, fibras vegetais e água: verduras, legumes e frutas.

UM ALIMENTO DE CADA GRUPO
1 - O equilíbrio nas refeições garante boa nutrição e melhor controle da glicemia.
2 - Fracione os alimentos em várias pequenas refeições.
3 - Insulinos-dependentes devem ajustar o horário e as quantidades de alimentos ao seu esquema de insulina.
4 - Os não-insulinos-dependentes devem fazer no mínimo 4 refeições diárias com 2 lanches intermediários (de alimentos permitidos).
Isto facilita o aproveitamento dos nutrientes e possibilita glicemias menores após as refeições.

ESTEJA ATENTO AO CONSUMO DESSES ALIMENTOS:
* Fibras Vegetais: são nutrientes importantes para a saúde do aparelho digestivo e prevenção de algumas doenças como prisão de ventre, hemorróidas, gastrite, colite e mesmo os tumores do aparelho digestivo.
Colaboram para controlar os níveis de gordura no sangue (colesterol e triglicerídes) e de glicose, evitando glicemias muito altas.
Fibras macias são responsáveis pelo menor aproveitamento da glicose e das gorduras durante a digestão. Os alimentos que oferecem estas fibras são:
1 - Leguminosas (feijão, ervilhas, lentilhas, grão-de-bico e soja);
2 - Cascas e bagaços de frutas;
3 - Legumes e verduras;
4 - Aveia e cevada.

INCLUA ESTES ALIMENTOS EM SUAS REFEIÇÕES.
1 - Reduza a adição de sal no preparo de alimentos;
2 - Evite adicionar sal ao alimento já preparado. Tire o saleiro da mesa;
3 - Evite pemperose molhos industrializados, que contenham sal como conservante. O mesmo é válido para os alimentos em conserva;
4 - Prefira temperos e alimentos frescose congelados. Abuse de ervas, alho, cebola e cheiro verde;
5 - Alguns adoçantes à base de sacarina e ciclamato contém alto teor de sódio. Não abuse do adoçante e de outros produtos dietéticos (só para quem for hipertenso).
Fonte:Associação Nacional ao Diabético (ANAD).

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Entendendo e calculando o IDH

O IDH foi criado para medir o nível de desenvolvimento humano dos países a partir de indicadores de educação (alfabetização e taxa de matrícula), longevidade (expectativa de vida ao nascer) e renda (PIB per capita). Seus valores variam de 0 (nenhum desenvolvimento humano) a 1 (desenvolvimento humano total). Países com IDH até 0,499 são considerados de desenvolvimento humano baixo; com índices entre 0,500 e 0,799 são considerados de desenvolvimento humano médio; e com índices maiores que 0,800 são considerados de desenvolvimento humano alto.

O Índice de Desenvolvimento Humano também é utilizado para aferir o nível de desenvolvimento humano em municípios, denominando-se IDH-Municipal ou IDH-M e, embora meça os mesmos fenômenos - educação, longevidade e renda, os indicadores levados em conta no são mais adequados para avaliar as condições de núcleos sociais menores.

Educação: No tocante à educação, o cálculo do IDH-M considera dois indicadores, com pesos diferentes: a taxa de alfabetização (A) de pessoas acima de 15 anos de idade, com peso 2, e a taxa bruta de freqüência à escola (F), com peso 1. O primeiro indicador resulta da seguinte divisão: o número de pessoas do município com mais de 15 anos de idade(*) capazes de ler e escrever um bilhete simples (ou seja, adultos alfabetizados) dividido pelo número total de pessoas com mais de 15 anos de idade residentes no município. O segundo indicador resulta de uma conta simples: o somatória do número de indivíduos residentes no município que estão freqüentando a escola (**), independentemente da idade, dividido pela população residente no município na faixa etária de 7 a 22 anos de idade.

(*) Pelo calendário do Ministério da Educação, aos 7 anos uma criança deve iniciar o primeiro ciclo do ensino fundamental. Aos 15 anos, o jovem deve ingressar na primeira série do ensino médio, e, aos 22 anos, concluir o ensino superior. Esse calendário indica que a maioria da população deveria estar envolvida no processo de aprendizado entre as idades de 7 e 22 anos. Por isso, ao se avaliar o acesso das pessoas ao conhecimento, divide-se o total de alunos nos três níveis de ensino pela população total dessa faixa etária. A esse indicador se dá o nome de taxa bruta de freqüência escolar.

(**) Alunos matriculados nos cursos fundamental, médio e superior, inclusive os cursos supletivos de primeiro e de segundo graus, de classes de aceleração e de pós-graduação universitária. Apenas classes especiais de alfabetização são descartadas para efeito do cálculo.

Se considerarmos que as taxas de alfabetização e de freqüência já variam entre 0 e 1 (0% a 100%), torna-se desnecessário "convertê-las" em um índice, como nas dimensões saúde e renda. É preciso apenas aplicar os pesos de cada indicador para se chegar a uma média.

Se o município em questão tem uma taxa bruta de freqüência à escola igual a 85% e uma taxa de alfabetização de 91%, o cálculo será assim:

[0,85 + (2 x 0,91)] / 3 => (0,85 + 1,82) / 3 => 2,67 / 3 = 0,89.

Logo, o IDHM-E do município será 0,89.

Longevidade: Com relação à longevidade(***), o IDH-M leva em conta o número médio de anos que uma pessoa nascida no município, no ano de referência, deve viver, ou seja, a expectativa de vida (E) no município referente a esse ano.

(***) O indicador de longevidade sintetiza as condições de saúde e salubridade local, uma vez que quanto mais mortes houver nas faixas etárias mais precoces, menor será a expectativa de vida observada no local.

O cálculo da esperança de vida ao nascer é complexo e envolve várias fases. No caso da esperança de vida por município, as estatísticas do registro civil são inadequadas. Por isso, para o cálculo do IDH municipal optou-se por técnicas indiretas para se chegar às estimativas de mortalidade. A base são as perguntas do Censo sobre o número de filhos nascidos vivos e o número de filhos ainda vivos na data em que o Censo foi feito. A partir daí são calculadas proporções de óbitos. Aplica-se, então, uma equação que transforma essas proporções em probabilidade de morte. A próxima etapa é transformar essas probabilidades em tábuas de vida, de onde é extraída a esperança de vida ao nascer.

Para transformar esse número de anos em um índice, usa-se como parâmetro máximo de longevidade, 85 anos, e, como parâmetro mínimo, 25 anos. Assim, se o município em questão tem uma esperança de vida ao nascer de 70 anos, seu IDHM-L será:

(70 - 25) / (85 - 25) => 45 / 60 => IDHM-L = 0,750.

Logo, o IDHM-L do município será 0,750.

Renda: Para a avaliação da renda, o critério usado é a renda municipal per capita (R) (****), ou seja, a renda média de cada residente no município. Para se chegar a esse valor, soma-se a renda de todos os residentes e divide-se o resultado pelo número de pessoas que moram no município (inclusive crianças ou pessoas com renda igual a zero).

(****) No caso brasileiro, o cálculo da renda municipal per capita é feito a partir das respostas ao questionário expandido do Censo ? um questionário mais detalhado do que o universal e que é aplicado a uma amostra dos domicílios visitados pelos recenseadores. Os dados colhidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) através dessa amostra do Censo são expandidos para o total da população municipal e, então, usados para o cálculo da dimensão renda do IDH-M.

A renda média municipal per capita indica a renda média dos indivíduos residentes no município expressa em reais, pela cotação do dia 1 agosto de 2000. Os valores são extraídos do questionário da amostra do Censo. A partir da pesquisa do IBGE soma-se todo tipo de renda obtida pelos moradores daquele município (inclusive salários, pensões, aposentadorias e transferências governamentais, entre outros). E a somatória é divida pelo número total de habitantes do município. O resultado é a renda municipal per capita.

Para transformar a renda municipal per capita em um índice é feito uma série de cálculos. Primeiro convertem-se os valores anuais máximo e mínimo expressos em dólar PPC (Paridade do Poder de Compra), adotados nos relatórios internacionais do Pnud - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (US$ PPC 40.000,00 e US$ PPC 100,00, respectivamente), em valores mensais expressos em reais: R$ 1.560,17 e R$ 3,90.

Em seguida, são calculados os logaritmos da renda média municipal per capita e dos limites máximo e mínimo de referência. O logaritmo é usado porque ele expressa melhor o fato de que um acréscimo de renda para os mais pobres é proporcionalmente mais relevante do que para os mais ricos. Ou seja: R$ 10,00 a mais por mês para quem ganha R$ 100,00 proporciona um maior retorno em bem-estar do que R$ 10,00 para quem ganha R$ 10.000,00.

Finalmente, para se chegar ao índice de renda municipal (IDHM-R) aplica-se a fórmula a seguir: IDH-R = (log de renda média municipal per capita - log do valor de referência mínimo) / (log do valor de referência máximo - log do valor de referência mínimo). Para um município com renda municipal per capita de R$ 827,35, o cálculo ficaria assim:

IDHM-R = (log R$ 827,35 - log R$ 3,90) / (log R$ 1.560,17 - log R$ 3,90) => IDHM-R = 0,894.

IDH-M: Calculados os índices específicos de cada um dos três parâmetros analisados: IDHM-E, para a educação, IDHM-L, para a saúde (longevidade), e IDHM-R, para a renda, são determinados os valores de referência mínimo e máximo de cada categoria, que serão equivalentes a 0 e 1, respectivamente, no cálculo do IDH-M. Os sub-índices de cada município serão valores proporcionais dentro dessa escala: quanto melhor o desempenho municipal naquela dimensão, mais próximo o seu índice estará de 1. O IDH-M de cada município é a média aritmética desses três índices específicos: somam-se os valores e divide-se o resultado por três (IDHM-E + IDHM-L + IDHM-R / 3).

Assim, o IDHM-E de um município é dado pela fórmula ( 2A+F/3). Para o cálculo do IDHM-L, determina-se a expectativa de vida ao nascer no município (E) e usa-se a fórmula IDHM-L = (R-25/60). Finalmente, para se calcular o IDHM-R, determina-se a renda municipal per capita (R) e, em seguida, aplica-se a fórmula: IDHM-R = log10(R/3,9)/2,6. Essas equações foram ajustadas de forma que os três subíndices, IDHM-E, IDHM-L e IDHM-R, estejam entre 0 e 1.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Desigualdade

Ipea: desigualdade continua "extremamente elevada"

A desigualdade social permanece alta no Brasil, apesar da redução acelerada, nos últimos seis anos, da diferença entre os mais pobres e os mais ricos. Essa é a principal constatação da análise feita pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) sobre os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2007.
Divulgado há pouco no Rio de Janeiro, o relatório classifica a desigualdade na distribuição da renda per capita no Brasil como "extremamente elevada". Segundo o Ipea, a parcela da renda dos 50% mais pobres é apenas "ligeiramente maior" que a parcela ganha pelo 1% mais rico.
"A fatia da renda apropriada pelos 10% mais ricos representa mais de 40% da renda total, ao passo que a fatia apropriada pela metade mais pobre da população representa 15%", informa o relatório.
Os dados são baseados no índice de Gini, indicador usado para mensurar a desigualdade de renda. O Ipea comparou os Pnads de 2001 e 2007 e verificou que esse índice caiu de 0,593 para 0,552. No Gini, quanto mais próximo de zero o coeficiente, menos desigual é o país.
Redução acelerada e mais duas décadas.
A boa notícia dada pelos pesquisadores é que a queda de 7% no coeficiente de Gini, no mesmo período, pode ser considerada uma das "velocidades mais aceleradas do mundo". "Dos 74 países para os quais há informações sobre a evolução do coeficiente de Gini ao longo da década de 1990, menos de 25% foi capaz de reduzir a desigualdade a uma velocidade superior à alcançada pelo Brasil no período 2001-2007", informa o Ipea.
Mas nesse ritmo, segundo os dados da análise, serão necessárias ainda mais de duas décadas para que Brasil "se alinhe à dos demais países com o mesmo nível de desenvolvimento."
O sucesso recente, diz o texto dos pesquisadores, "deve ser encarado apenas como um primeiro passo de uma longa jornada." Mas, por outro lado, essa queda "acentuada" na desigualdade de renda observada desde 2001 é a mais duradoura já ocorrida nas últimas três décadas. Ou seja, foram seis anos de queda contínua na desigualdade de renda entre os mais pobres e ricos.
Apesar disso, os dados do Ipea em comparação com outros países coloca o Brasil numa situação bem abaixo da tabela. Mesmo com essa queda acelerada, o Brasil ultrapassou apenas 5 dos 126 países que têm informações sobre o grau de desigualdade atual na distribuição de renda. Ao todo 113 países ainda apresentam distribuições menos concentradas que a do Brasil. (Lúcio Lambranho)

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

IDH3

Índice de Desenvolvimento Humano
Índice de Desenvolvimento Humano (2007)acima de 0,950
0,900–0,949
0,850–0,899
0,800–0,849
0,750–0,799
0,700–0,749
0,650–0,699
0,600–0,649
0,550–0,599
0,500–0,549
0,450–0,499
0,400–0,449
0,350–0,399
abaixo de 0,350
não disponível

(Mapa para daltônicos) Problemas de visão com o verde e vermelho.O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é uma medida comparativa de riqueza, alfabetização, educação, esperança média de vida, natalidade e outros fatores. É uma maneira padronizada de avaliação e medida do bem-estar de uma população, especialmente o bem-estar infantil. O índice foi desenvolvido em 1990 pelo economista paquistanês Mahbub ul Haq, e vem sendo usado desde 1993 pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento no seu relatório anual.
Todo ano, os países membros da ONU são classificados de acordo com essas medidas. Os países com uma classificação elevada frequentemente divulgam a informação, a fim de atrair imigrantes qualificados ou desencorajar a emigração.
Atualmente, a lista é encabeçada, empatadas na primeira colocação, pela Islândia e Noruega.

Índice [esconder]
1 Critérios de Avaliação
2 Cálculo
3 Classificação
4 Países de elevado desenvolvimento humano
5 Situação de Portugal
6 Situação do Brasil
6.1 Educação
6.2 Longevidade
6.3 Renda
7 Ver também
8 Referências
9 Ligações externas

Critérios de Avaliação
Educação: Para avaliar a dimensão da educação o cálculo do IDH considera dois indicadores. O primeiro é a taxa de alfabetização, considerando o percentual de pessoas acima de 15 anos de idade; esse indicador tem peso dois. O Ministério da Educação indica que, se a criança não se atrasar na escola, ela termina o principal ciclo de estudos (Ensino Fundamental) aos 14 anos de idade. Por isso a medição do analfabetismo se dá a partir dos 15 anos. O segundo indicador é o somatório das pessoas, independentemente da idade, que frequentam algum curso, seja ele fundamental, médio ou superior, dividido pelo total de pessoas entre 7 e 22 anos da localidade. Também entram na contagem os alunos supletivos, de classes de aceleração e de pós-graduação universitária, nesta área também está incluido o sistema de equivalências Rvcc ou Crvcc, apenas classes especiais de alfabetização são descartadas para efeito do cálculo.
Longevidade: O item longevidade é avaliado considerando a esperança de vida ao nascer, que é válida tanto para o IDH municipal quanto para o IDH de países. Esse indicador mostra a quantidade de anos que uma pessoa nascida em uma localidade, em um ano de referência, deve viver. Ocultamente, há uma sintetização das condições de saúde e de salubridade no local, já que a expectativa de vida é diretamente proporcional e diretamente relacionada ao número de mortes precoces.
Renda: A renda é calculada tendo como base o PIB per capita do país ou município. Como existem diferenças entre o custo de vida de um país para o outro, a renda medida pelo IDH é em dólar PPC (Paridade do Poder de Compra), que elimina essas diferenças.

Cálculo
Para calcular o IDH de uma localidade, faz-se a seguinte média aritmética:
(onde L = Longevidade, E = Educação e R = Renda.
nota: pode-se utilizar também a renda per capita (ou PNB per capita).
Legenda:
EV = Expectativa de vida;
TA = Taxa de Alfabetização;
TE = Taxa de Escolarização;
log10PIBpc = logaritmo decimal do PIB per capita.

Classificação
O índice varia de zero (nenhum desenvolvimento humano) até 1 (desenvolvimento humano total), sendo os países classificados deste modo:
Quando o IDH de um país está entre 0 e 0,499, é considerado baixo.
Quando o IDH de um país está entre 0,500 e 0,799, é considerado médio.
Quando o IDH de um país está entre 0,800 e 1, é considerado alto.

Países de elevado desenvolvimento humano
Posição País IDH
em 2005 (publicado em 2007)
Dados de 2005 (publicados em 2007) Mudança comparada a dados de 2004 (publicados em 2006)
1 (0) Noruega 0,968
1 (0) Islândia 0,968
3 (0) Austrália 0,962
4 (2) Canadá 0,961
5 (1) Irlanda 0,959
6 (1) Suécia 0,956
7 (2) Suíça 0,955
8 (1) Japão 0,953
9 (1) Países Baixos 0,953
10 (6) França 0,952
11 (0) Finlândia 0,952
12 (4) Estados Unidos 0,951
13 (6) Espanha 0,949
14 (1) Dinamarca 0,949
15 (1) Áustria 0,948
16 (2) Reino Unido 0,946
17 (4) Bélgica 0,946
18 (6) Luxemburgo 0,944
19 (1) Nova Zelândia 0,943
20 (3) Itália 0,941
21 (1) Hong Kong 0,937
22 (1) Alemanha 0,935
23 (0) Israel 0,932
24 (0) Grécia 0,926
25 (0) Singapura 0,922
26 (0) Coréia do Sul 0,921
27 (0) Eslovênia 0,917
28 (1) Chipre 0,903
29 (1) Portugal 0,897
30 (4) Brunei 0,894
31 (0) Barbados 0,892
32 (2) República Checa 0,891
33 (0) Kuwait 0,891
34 (2) Malta 0,878
35 (11) Qatar 0,875
Posição País IDH
em 2005 (publicado em 2007)
Dados de 2005 (publicados em 2007) Mudança comparada a dados de 2004 (publicados em 2006)
36 (1) Hungria 0,874
37 (0) Polônia 0,870
38 (2) Argentina 0,869
39 (10) Emirados Árabes Unidos 0,868
40 (2) Chile 0,867
41 (2) Bahrein 0,866
42 (0) Eslovênia 0,863
43 (2) Lituânia 0,862
44 (4) Estônia 0,860
45 (0) Letônia 0,855
46 (3) Uruguai 0,852
47 (3) Croácia 0,850
48 (0) Costa Rica 0,846
49 (3) Bahamas 0,845
50 (3) Seychelles 0,843
51 (1) Cuba 0,838
52 (1) México 0,829
53 (1) Bulgária 0,824
54 (3) São Cristóvão e Névis 0,821
55 (0) Tonga 0,819
56 (8) Líbia 0,818
57 (2) Antígua e Barbuda 0,815
58 (2) Omã 0,814
59 (2) Trinidad e Tobago 0,814
60 (0) Romênia 0,813
61 (15) Arábia Saudita 0,812
62 (4) Panamá 0,812
63 (2) Malásia 0,811
64 (3) Bielorrússia 0,804
65 (2) Maurícia 0,804
66 (4) Bósnia e Herzegovina 0,803
67 (2) Rússia 0,802
68 (5) Albânia 0,801
69 (3) Macedónia 0,801
70 (1) Brasil 0,800

Situação de Portugal
Portugal está em 29º no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). O instituto classifica como bom o nível de vida, índices a partir de 0,8. No ranking mundial Portugal (29º) está à frente dos demais países de língua portuguesa: o Brasil está em 70º, Cabo Verde em 102º, Angola em 162º, Guiné-Bissau em 175º, Timor-Leste em 150º e Moçambique em 172º. Não obstante, possui o IDH mais baixo da Europa ocidental. Portugal melhora gradualmente o seu índice desde que a avaliação foi instituida, em 1975, apesar da queda registrada no último ano - vide tabela acima.
Portugal tem registado um forte crescimento do IDH, desde 1970, bem como dos Índices intermédios que o compõem, principalmente nas décadas de 70 e 80. Relativamente ao último ano de observação, 1999, é a Região de Lisboa e Vale do Tejo que apresenta o valor mais elevado, (0,925) superior à média nacional (0,905). As regiões com valores de IDH mais baixos são o Alentejo (0,872) e a Região Autónoma da Madeira (0,889), seguindo-se a Região Centro com 0,894, a Região Norte com 0,899, o Algarve com 0,900, e os Açores com 0,903. De notar que ao nível das sub-regiões, a dicotomia entre Litoral e Interior se mantém entre 1970 e 1999, apesar da evolução dos valores de IDH entre essas datas. Por outro lado, o Litoral é mais restrito em 1999 do que em 1970 e do que em 1991. A sub-região com valor mais elevado de IDH, em 1999, é a Grande Lisboa, com 0,938, e a que apresenta valor mais baixo é o Baixo Alentejo, 0,862.

1975: (índice = 0.785) - médio desenvolvimento humano
1980: (índice = 0.799)
1985: (índice = 0.821) - elevado desenvolvimento humano
1990: (índice = 0.847)
1995: (índice = 0.876)
2000: (índice = 0.896)
2005: (índice = 0,904)
2007: (índice = 0.897)

Situação do Brasil
2005 0.800
2000 0.789
1995 0.753
1990 0,723
1985 0,700
1980 0.685
1975 0.649
1975 0,462
Segundo o Relatório de Desenvolvimento Humano 2007/2008 do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) o Brasil entrou pela primeira vez para o grupo de países com elevado desenvolvimento humano, com um índice medido em 0,800 no ano de 2005. Mesmo com uma evolução de 0,008 no índice ante os 0,792 de 2004, o país perdeu uma posição devido ao grande salto dado pela Arábia Saudita, figurando na 70ª colocação mundial, logo abaixo da Macedônia (0,801) e acima de Dominica (0,798), entre 177 países-membros das Nações Unidas.
Ainda segundo o relatório, doze países da América Latina e do Caribe têm desempenho superior ao brasileiro: Panamá (62ª colocação com 0,812), Trindade e Tobago (59ª colocação com 0,814), Antígua e Barbuda (57ª colocação com 0,815), São Cristóvão e Névis (54ª colocação com 0,821), México (52ª colocação com 0,829), Cuba (51ª colocação com 0,838), Bahamas (49ª colocação com 0,845), Costa Rica (48ª colocação com 0,846), Uruguai (46ª colocação com 0,852), Chile (40ª colocação com 0,867), Argentina (38ª colocação com 0,869) e Barbados (31ª colocação com 0,892).

Há muitas controvérsias quanto ao relatório de 2007 divulgado pelas Nações Unidas. Muitas instituições afirmam que o Índice de Desenvolvimento Humano do Brasil possa estar errado e que o correto seria de 0,802 a 0,808. O motivo seria a não atualização de vários dados relativos ao Brasil por parte da organização. O primeiro dado seria o do PIB per capita, que atualizando as revisões do IBGE seria de US$ 9.318 e o índice saltaria para algo entorno de 0,806. Outro dado é a taxa de alfabetização, que evoluiu 88,6% para 89,0%, isso significaria uma elevação de 0,003 no índice final. E há ainda um problema estatístico, a renda per capita de 2005 foi calculada com base em uma projeção de população de 184 milhões de brasileiros. Mas a Contagem Nacional da População, feita recentemente pelo instituto, revelou que apenas em 2007 o país atingiu este número de habitantes. Se isso for levado em conta, com menos gente para repartir o PIB, a renda per capita subirá, e o índice ganhará um acréscimo de 0,002.
Mesmo assim, o Brasil continua a ser internacionalmente conhecido por ser uma das sociedades mais desiguais do planeta, onde a diferença na qualidade de vida de ricos e pobres é imensa. Mas dados estatísticos recentes, contidos na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que o quadro começa a se alterar. Entre 2001 e 2004 a renda dos 20% mais pobres cresceu cerca de 5% ao ano enquanto os 20% mais ricos perderam 1%. Nesse mesmo período houve queda de 1% na renda per capita e o Produto Interno Bruto (PIB) não cresceu significativamente. A explicação dos economistas brasileiros e também de técnicos do Banco Mundial para a redução das desigualdades está nos programas de distribuição de renda, como o Bolsa Família. No entanto, como mais de dois terços dos rendimentos das famílias brasileiras provém do trabalho assalariado, há necessidade de crescimento da economia e do mercado de trabalho.

Educação
35 Emirados Árabes Unidos 88,0
36 Brasil 87,5
37 Malásia 87,3
Na área de educação, o Brasil tem melhor desempenho que a média mundial e regional. No relatório 2007, o país ficou com um índice de alfabetização adulta de 88,6% (64ª colocação mundial, logo abaixo dos Emirados Árabes Unidos e logo acima de São Vicente e Granadinas), índice igual ao encontrado em 2004, por conta das Nações Unidas não ter atualizado os dados. Segundo o IBGE, a taxa de alfabetização adulta evoluiu de 88,6% para 89,0% no período. O relatório captou, porém, um aumento no percentual de pessoas em idade escolar dentro das escolas e universidades, de 86,0% em 2004 para 87,5% em 2005 (36ª colocação mundial, logo abaixo da Alemanha e acima de Singapura).

Longevidade
78 Jordânia 71,9
79 Brasil 71,7
80 Arménia 71,7
Na área de longevidade, o Brasil vem conquistando grandes avanços nos últimos anos. A expectativa de vida em 2005 foi estimada em 71,7 anos ao nascer (79ª colocação mundial, logo abaixo da Jordânia e acima da Armênia) segundo o relatório. Em 2004, o índice era estimado em 70,8 anos ao nascer, e, em 2000, 67,7 anos. A esperança de vida brasileira supera a média global. Esse aumento da longevidade é um indicativo de melhoras no acesso a alimentação, saúde e saneamento.

Renda
66 Turquia 8,407
67 Brasil 8,402
68 Tunísia 8,371
Por fim, também a renda influi no cálculo do desenvolvimento humano, sendo no que o Brasil mais precisa melhorar. O último relatório das nações unidas apresenta um PIB per capita (PPC) de US$ 8,402 (67ª colocação mundial, logo abaixo da Turquia e acima da Tunísia). Com isso, a renda dos brasileiros aumentou, entre 2004 e 2005, de US$ 8.195 PPC para US$ 8.402 PPC. O que causa controvérsia pois as Nações Unidas não atualizaram as revisões do IBGE e continuam usando os métodos do chamado "Velho PIB". Com uma revisão de cálculos em Março de 2007, o IBGE descobriu que o país era 10,9% mais rico do que se imaginava, mudando assim uma série de dados, entre eles o PIB per capita que deveria ser de US$ 9.318.

IDH2

O Índice de Desenvolvimento Humano - IDH é uma medida-resumo do desenvolvimento humano, um único número com o mesmo nível de simplicidade do PIB per capita, mas menos cego do que este às questões sociais.

O IDH não deve ser visto como:
uma medida de "felicidade" ou um indicador do "melhor lugar para se viver".
uma medida compreensiva de todos os aspectos do desenvolvimento humano.
O conceito de desenvolvimento humano é maior e mais amplo do que sua medida. Para se obter um quadro mais compreensivo, é necessário suplementar o IDH com outros indicadores.
Aspectos como direitos humanos, participação, não-discriminação não são incluídos no IDH, mas são essenciais para o desenvolvimento humano.
Estimativa do IDH - Metodologia
Componentes do IDH
O IDH leva em conta três dimensões básicas da existência humana:

uma vida longa e saudável; o acesso ao conhecimento; um padrão de vida digno.
Estas três dimensões são mensuradas no IDH pelos seguintes indicadores:
esperança de vida ao nascer; taxas de alfabetização e de matrícula; PIB per capita

Normalização: Para cada indicador, valores mínimos e máximos são selecionados.
Os valores mínimos e máximos não correspondem a valores observados - são fixos e baseados nas tendências dos indicadores (seus valores prováveis nos próximos 25 anos).
A diferença entre o valor máximo e mínimo representa o caminho completo a ser percorrido pela sociedade no respectivo indicador.
A diferença entre o valor observado e o valor mínimo mostra o avanço já realizado.
Para cômputo do IDH, calcula-se a seguinte relação:
índice = (valor observado - valor mínimo) / (valor máximo - valor mínimo).
O valor resultante, um número puro, mostra qual o caminho já percorrido pela sociedade como proporção de todo o caminho a percorrer no respectivo indicador.
Se, para um indicador qualquer, uma sociedade:
permanece no ponto mínimo, o valor normalizado do indicador será zero.
alcançou o ponto máximo, o valor normalizado do indicador será um.
Portanto, a escala para cada indicador é fixada entre zero e 1.

Ponderação:Cada um destes indicadores normalizados entra no IDH com o mesmo peso (1/3).
A adoção de pesos iguais se deve a que todas as dimensões do IDH são igualmente valiosas e desejáveis. O IDH não admite substituição entre as suas três dimensões - a questão de quanto de renda se deve abrir mão em troca de um ano a mais de vida não faz sentido no contexto do IDH.
Como o valor dos três indicadores varia entre zero e 1, o valor do IDH também varia entre zero e 1.
O componente renda do IDH:
O PIB per capita entra no IDH, não por si mesmo, mas como uma proxy para todas as outras dimensões do desenvolvimento humano que não uma vida longa e saudável e o acesso ao conhecimento.
Os valores mínimo e máximo deste indicador são 100 dólares e 40 mil dólares, respectivamente.
Supõe-se que a contribuição da renda para o desenvolvimento humano está sujeita a retornos decrescentes. Um real extra de renda, quando a renda é de 10 mil reais, não é um insumo tão importante para o desenvolvimento humano quanto um real extra, quando a renda é de 100 reais. Para ter isto em conta, a partir do Relatório de Desenvolvimento Humano de 1999, passou-se a ajustar o indicador renda tomando o seu logaritmo, independentemente do nível de renda.
Em comparações internacionais, dado que o poder de compra de US$ 1 não é o mesmo em países diferentes, os valores dos PIBs per capita devem ser convertidos em dólares pela taxa de câmbio que igualaria o poder de compra do dólar entre os países (paridade do poder de compra - PPC).
No caso do Brasil, a taxa de câmbio real/dólar correspondente à PPC quase sempre é mais baixa do que a taxa de câmbio corrente.

O componente educação do IDH:
A taxa de alfabetização de adultos (15 anos e mais) tem peso de 2/3 e a taxa combinada de matrícula (primeiro, segundo e terceiro graus) tem peso de 1/3, neste componente do IDH.
Os valores mínimo e máximo para ambas estas variáveis são 0% e 100%, respectivamente.

O componente longevidade do IDH:
Esta dimensão é representada no IDH pelo indicador esperança de vida ao nascer - o número de anos que se espera um recém-nascido venha a viver, com base nos padrões correntes de mortalidade.
Os valores mínimo e máximo desta variável são 25 anos e 85 anos, respectivamente.

Estimativa do IDH - Exemplo:
Valores para os componentes do IDH, referentes ao ano de 2001, utilizados no RDH 2003Para o cálculo do IDH-Brasil.
Esperança de vida ao nascer 67,8 anos;
Taxa de alfabetização 87,3%;
Taxa de matrícula 95,0%;
PIB per capita US$ 7 360;
Cálculo do IDH - Brasil no RHD 2003;
Cálculo do Índice de Renda;
IDH-R = (ln 7360 - ln 100) / (ln 40 000 - ln 100) = 0,717

Cálculo do Índice de Educação:
IDH-E = (0,873 x 0,666...) + (0,95 x 0,333...) = 0,899

Cálculo do Índice de Esperança de Vida:
IDH-S = (67,8 - 25) / (85 - 25) = 0,713

Cálculo do Índice de Desenvolvimento Humano:
IDH = (IDH-R + IDH-E + IDH-S) / 3 = (0,717 + 0,899 + 0,713) / 3 = 0,777

Referências
Jahan, Selim (2003). Evolution of the Human Development Index, in Fukuda-Parr, S. e A. Kumar (eds.). Readings in Human Development, p. 128-139. Oxford University Press.

Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (2003). Relatório do Desenvolvimento Humano 2003. Oxford University Press.






Desenvolvimento Humano e IDH

O conceito de Desenvolvimento Humano é a base do Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH), publicado anualmente, e também do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Ele parte do pressuposto de que para aferir o avanço de uma população não se deve considerar apenas a dimensão econômica, mas também outras características sociais, culturais e políticas que influenciam a qualidade da vida humana.
Esse enfoque é apresentado desde 1990 nos RDHs, que propõem uma agenda sobre temas relevantes ligados ao desenvolvimento humano e reúnem tabelas estatísticas e informações sobre o assunto. A cargo do PNUD, o relatório foi idealizado pelo economista paquistanês Mahbub ul Haq (1934-1998). Atualmente, é publicado em dezenas de idiomas e em mais de cem países.

O IDH - Índice de Desenvolvimento Humano
O objetivo da elaboração do Índice de Desenvolvimento Humano é oferecer um contraponto a outro indicador muito utilizado, o Produto Interno Bruto (PIB) per capita, que considera apenas a dimensão econômica do desenvolvimento. Criado por Mahbub ul Haq com a colaboração do economista indiano Amartya Sen, ganhador do Prêmio Nobel de Economia de 1998, o IDH pretende ser uma medida geral, sintética, do desenvolvimento humano. Não abrange todos os aspectos de desenvolvimento e não é uma representação da "felicidade" das pessoas, nem indica "o melhor lugar no mundo para se viver".
Além de computar o PIB per capita, depois de corrigi-lo pelo poder de compra da moeda de cada país, o IDH também leva em conta dois outros componentes: a longevidade e a educação. Para aferir a longevidade, o indicador utiliza números de expectativa de vida ao nascer. O item educação é avaliado pelo índice de analfabetismo e pela taxa de matrícula em todos os níveis de ensino. A renda é mensurada pelo PIB per capita, em dólar PPC (paridade do poder de compra, que elimina as diferenças de custo de vida entre os países). Essas três dimensões têm a mesma importância no índice, que varia de zero a um.
Apesar de ter sido publicado pela primeira vez em 1990, o índice foi recalculado para os anos anteriores, a partir de 1975. Aos poucos, o IDH tornou-se referência mundial. É um índice-chave dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio das Nações Unidas e, no Brasil, tem sido utilizado pelo governo federal e por administraçõ Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M), que pode ser consultado no Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, um banco de dados eletrônico com informações sócio-econômicas sobre os 5.507 municípios do país, os 26 Estados e o Distrito Federal.

IDH

O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) mede o nível de desenvolvimento humano dos países utilizando como critérios indicadores de educação (alfabetização e taxa de matrícula), longevidade (esperança de vida ao nascer) e renda (PIB per capita).

O índice varia de zero (nenhum desenvolvimento humano) a um (desenvolvimento humano total). Países com IDH até 0,499 têm desenvolvimento humano considerado baixo, os países com índices entre 0,500 e 0,799 são considerados de médio desenvolvimento humano e países com IDH superior a 0,800 têm desenvolvimento humano considerado alto.

Para a avaliação da dimensão educação, o cálculo do IDH municipal considera dois indicadores com pesos diferentes. A taxa de alfabetização de pessoas acima de 15 anos de idade tem peso dois, e a taxa bruta de freqüência à escola peso um. O primeiro indicador é o percentual de pessoas com mais de 15 anos capaz de ler e escrever um bilhete simples, considerados adultos alfabetizados. O calendário do Ministério da Educação indica que, se a criança não se atrasar na escola, ela completará esse ciclo aos 14 anos de idade, daí a medição do analfabetismo se dar a partir dos 15 anos.

O segundo indicador é resultado de uma conta simples: o somatório de pessoas, independentemente da idade, que freqüentam os cursos fundamental, secundário e superior é dividido pela população na faixa etária de 7 a 22 anos da localidade. Estão também incluídos na conta os alunos de cursos supletivos de primeiro e de segundo graus, de classes de aceleração e de pós-graduação universitária. Apenas classes especiais de alfabetização são descartadas para efeito do cálculo.

Para a avaliação da dimensão longevidade, o IDH municipal considera o mesmo indicador do IDH de países: a esperança de vida ao nascer. Esse indicador mostra o número médio de anos que uma pessoa nascida naquela localidade no ano de referência (no caso, 2000) deve viver. O indicador de longevidade sintetiza as condições de saúde e salubridade do local, uma vez que quanto mais mortes houver nas faixas etárias mais precoces, menor será a expectativa de vida.

Para a avaliação da dimensão renda, o critério usado é a renda municipal per capita, ou seja, a renda média de cada residente no município. Para se chegar a esse valor soma-se a renda de todos os residentes e divide-se o resultado pelo número de pessoas que moram no município (inclusive crianças ou pessoas com renda igual a zero).

No caso brasileiro, o cálculo da renda municipal per capita é feito a partir das respostas ao questionário expandido do Censo - um questionário mais detalhado do que o universal e que é aplicado a uma amostra dos domicílios visitados pelos recenseadores. Os dados colhidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) são expandidos para o total da população municipal e então usados para o cálculo da dimensão renda do IDH-M.

sábado, 9 de agosto de 2008

PSORÍASE

Psoríase, problema de pele que tem predisposição genética e acomete igualmente homens e mulheres. pode aparecer em qualquer idade, inclusive em crianças, sendo mais frequente na terceira e quarta décadas de vida. Atinge cerca de 2% da polulação mundial, ou seja, 190 milhões de pessoas em todo o mundo.
A psoríase é considerada uma doença inflamatória, imunomediada, ou seja, o sistema imunológico é quem provoca a inflamação. Dessa maneira, alguns leucócitos, chamados de células T, são estimulados em excesso e aceleram a proliferação das células da pele. Esse crescimento acelerado é o que provoca a formação de lesões elevadas, chamadas de placas, caracteristicamente avermelhadas e recobertas por escamas brancas. Para se ter uma idéia, na pele normal e saudável, as novas células levam cerca de um mês para migrarem para a superfície. Já na pele de uma pessoa com psoríase, esse processo pode levar apenas três a quatro dias para acontecer.
O desencadeamento da doença ocorre de diferentes maneiras. Um trauma na pele pode fazer com que as placas apareçam no local. Fatores como mudança de temperatura, estresse físico e psicológico e infecções podem agravar o quadro. Medicamentos a base de cortisona injetáveis ou tomadas via oral podem proporcionar uma melhora imediata, mas geralmente causam piora posterior.
Ao contrário do que muita gente pensa, a psoríase não é contagiosa e pode ser controlada. Mas é necessário que se faça um diagnóstico correto para que a doença não tome proporções mais graves, como áreas extensas de pele acometidas e dor e deformidade nas articulações, este último, conhecido como artrite psoríasica. Por se tratar de um problema que fica exposto o tempo todo, os pacientes sentem-se envergonhados. Mas com as terapias certas, indicadas por um médico, é possível ter uma vida completamente normal e saudável.
Para o tratamento tópico da psoríase, o laboratório farmacêutico Roche oferece dois medicamentos importados e inovadores, indicados para diferentes graus da doença. O Daivobet tem em sua composição a combinação das substâncias calcipotriol e betametasona, com uso uma única vez ao dia. Até então os dois principios ativos eram utilizados separadamente e aplicados várias vezes ao dia. Já o Daivonex é administrado no período de manutenção do tratamento. Além da maior comodidade, os medicamentos atuam mais rapidamente no organismo e apresentam resultados mais efetivos que quando usados separadamente.
(Fonte: BBC Brasil)

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Alzheimer: uma nova abordagem

Tratamento não-farmacológico auxilia cuidadores e portadores da doença a viverem com dignidade e qualidade de vida.

A população idosa é a que mais cresce no Brasil. De acordo com o IBGE, até 2025 serão cerca de 34 milhões de brasileiros na faixa acima dos 60 anos, que representarão 15% da população. Esta projeção é baseada na elevação da expectativa de vida no país. Atualmente, uma pessoa que nasceu em 2006 possui uma expectativa de vida de 72,3 anos.
"O envelhecimento da população não preocupa apenas a comunidade médica brasileira, pois esse movimento acontece em escala global. A melhoria das condições de vida, o avanço da ciência e o acesso a uma medicina mais voltada para a qualidade de vida do paciênte são os fatores que contribuem para o crescimento progressivo da população idosa" afirma o Dr. Paulo Renato Canineu, médico geriatra e gerontólogo.
Com o envelhecimento da população dois fenômenos se destacam, a senescência e a senilidade. O primeiro representa o processo natural de envelhecimento, ao qual todo ser vivo está submetido. Já a senilidade acontece quando, durante o processo de envelhecimento, há o esmorecimento da memória e limitações físicas. "Uma das doenças que mais fragiliza o idoso é a Doença de Alzheimer, pois ela ataca o sistema cognitivo do indivíduo e, dessa maneira, prejudica as relações interpessoais afastando a pessoa do convívio social e familiar" explica o Dr. Canineu.
A busca pelo bem-estar e a qualidade de vida do paciente tem direcionado a ciência e a medicina para atuarem em conjunto, reunindo especialidades que abordam o paciente de forma complementar. "A interdisciplinaridade resulta em uma medicina para prevenção, que reduz a incidência de doenças da senilidade e atenua seus fatores. Por exemplo, durante o V Congresso Mundial de Demência Vascular, em Budapest, foi demonstrado que a arteriosclerose se aproxima cada vez mais da doença de Alzheimer, pois a má circulação pode desencadear processos degenerativos" explica o especialista.
O Brasil figura no grupo dos dez países com mais idosos no mundo. China, Ìndia, EUA, Japão, Russia, Alemanha, Itália, França e Brasil juntos têm 62% da população mundial com mais de 60 anos de idade(IBGE-2005). De acordo com a Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz), cerca de 1,2 milhões de brasileiros são portadores de demências.
Diante desse cenário, novas formas de abordagem da doença de Alzheimer, voltadas ao bem-estar e qualidade de vida do paciente, têm se mostrado bastante eficientes como coadjuvantes nos tratamentos farmacológicos. A Ciência não têm respostas, mas metade das pessoas não reage bem ao uso de remédios. Somente os mais sensíveis oferecem resposta positiva aos medicamentos.
"As abordagens interdisciplinares, entre especialidades médicas e não-médicas, resultam de uma combinação entre procedimentos que reeducam a pessoa por meio de um novo processo cognitivo. Acredita-se que o ser humano possui cerca de 100 bilhões de neurônios. No entanto, durante toda a vida, uma parte deles permanece em repouso no cérebro" esclarece o Dr. Canineu.
Em quadros de demência manifestada, a exemplo da doença de Alzheimer, calcula-se que há uma perda de pelo menos 40% dos neurônios (cerca de 40 bilhões), que são atingidas pelo processo de degeneração. A ciência se volta cada vez mais para para o que é possível fazer com os quais 60 bilhões de neorônios que ainda estão lá.
"A chave para a senescência pode estar no que chamamos de neuroplasticidade, a capacidade de um neurônio diferenciar-se em funções específicas e assumir àquelas das celulas que foram prejudicadas. Temos como exemplo os casos de pessoas que, ao sofrerem um Acidente Vascular Encefálico, perderam a fala e com o auxílio de técnicas de reabilitação a recuperaram" explica o médico.
Trabalhar a cognição é investir na capacidade de aprendizado do indivíduo, uma função sincrônica do cérebro que envolve a atenção, a percepção, a memória, o raciocínio, o juízo, a imaginação, o pensamento e a linguagem. É como ensinar novamente o paciente a aprender e, dessa maneira desenvolver os potenciais ainda existentes.
Pesquisas recentes também associam os hábitos alimentares ao desenvolvimento da doençade Alzheimer. De acordo com a Academia Americana de Neurologia, uma alimentação rica em ômega 3, presentes em subistâncias como óleo de canola, óleo de linhaça e óleo de nozes, pode reduzir os riscos de Alzheimer em até 60%. Ou seja, a doença de Alzheimer é uma lacuna no conhecimento sobre a mente humana. Podemos avaliar o que é o processo de degeneração e sua evolução. No entanto, não somos capazes de revertê-lo, apenas retardá-lo parcialmente e temporariamente por meio de atividades e hábitos que estimulam e preservam a saúde dos pacientes.

Doença de Alzheimer:

A doença de Alzheimer afeta pessoas de idade avançada, causando degeneração de partes do cérebro, com destruição celular e redução da reação das celulas restantes a muitas das substâncias químicas que transmitem sinais no cérebro. Ou seja, o portador perde gradativamente suasncapacidades cognitivas, físicas e motoras. Atualmente, cerca de 10% da população mundial acima dos 65 anos sofre da doença de Alzheimer, de acordo com a American Alzheimer's Association. Aos 85 anos, essa porcentagem é de 50%.


HILÉA

O Hiléa, centro de vivência e desenvolvimento para idosos do Brasil, é referência na abordagem não-farmacológica como coadjuvante no tratamento de portadores da Doença de Alzheimer.
Para mais informações visite o site www.hilea.com.br.
(Gente Ciente - janeiro/2008)

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Saúde: Alimentação

Especial
Você é...
...o que você come

E também quanto e como você come. Os alimentos podem ajudar ou prejudicar sua saúde. Mas não é recomendável sentar-se à mesa como se vai a uma farmácia ou lançar-se a excessos como um condenado em sua última refeição.

O prazer do equilíbrio é a chave de tudo



VEJA TAMBÉM
Nesta reportagem
• Quadro: Geografia do estômago
Exclusivo on-line
• Mais sobre alimentação
• Entrevista com Michael Pollan

Quando o francês Jean Anthelme Brillat-Savarin cunhou, em 1825, a expressão "diga-me o que comes e eu te direi o que és", referia-se, sobretudo, aos prazeres de uma boa refeição. Em seu tratado de gastronomia A Fisiologia do Gosto, a primeira obra sobre a relação do homem com a comida, ele dizia que a elaboração de um novo prato causava mais felicidade à espécie humana do que a descoberta de uma estrela. Pouco mais de um século depois, na década de 1950, o sabor de uma boa refeição ganhou um tempero de culpa com a descoberta de que a gordura, em excesso, trazia malefícios à saúde. De lá para cá, uma série de estudos vem contribuindo para medicalizar o pão (e a carne, e a massa, e o doce) nosso de cada dia. Para o bem e para o mal. Alguns alimentos passaram a ser vistos como venenos e outros, como remédios. Entre os dois extremos, está você, fazendo a conta de quantas calorias vai ingerir no almoço, imaginando se suas artérias entupirão de vez com a feijoada programada para o sábado e pensando se, afinal de contas, não seria melhor evitar beber o quinto copo de vinho tinto da semana. É claro que as descobertas de médicos nutrólogos e nutricionistas são para ser levadas a sério. Mas não é igualmente evidente que elas não devem servir para criar neuroses. Você é, sim, o que você come – desde que entenda que, quando nos sentamos à mesa, o fazemos por motivos que vão além da nutrição pura e simples. Entre eles, degustar iguarias, compartilhar um grande momento com os amigos, participar de rituais e cerimônias familiares e até explorar novas culturas (mesmo que isso signifique não ultrapassar os limites de um frango xadrez). Tudo isso se perde quando você começa a encarar uma refeição como uma ida à farmácia. Qual a saída? Ter uma dieta equilibrada – em qualidade e quantidade. Tão equilibrada que lhe dê a chance de, vez por outra, cometer alguns "crimes" nutricionais. "A manutenção da saúde deve ser uma conseqüência, e não o único objetivo do ato de comer bem", diz o americano Michael Pollan, autor do livro In Defense of Food (Em Defesa da Comida), que está na lista dos mais vendidos do jornal The New York Times.

Pollan está certo, mas é um radical, digamos, livre demais. Ele chega a afirmar que "a nutrição está na mesma posição que a cirurgia no século XVII: é uma ciência jovem e promissora, da qual você não quer ser a cobaia". Menos, Pollan. Repita-se que não se trata de jogar no lixo as descobertas feitas ao longo do último meio século. Já está provado que, das dez doenças que mais matam no mundo, cinco estão diretamente associadas a uma dieta de má qualidade: obesidade, infarto, derrame, diabetes e câncer – sobretudo o de mama, o de próstata e o de intestino. "Quem quer que seja o pai de uma doença, a mãe foi uma dieta deficiente", diz o nutrólogo Durval Ribas Filho, presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran). Não é preciso ser um freqüentador compulsivo de spas de emagrecimento para perceber que basta uma semana de alimentação regrada, frugal e saudável para o organismo funcionar melhor. O hálito melhora, o cabelo fica mais sedoso, a pele mais viçosa. Surge o ânimo para acordar mais cedo e, por que não, fazer inclusive uma caminhada. "A boa alimentação favorece o metabolismo, o sono e a regularidade do intestino e controla os radicais livres, as moléculas responsáveis pelo envelhecimento celular", diz a nutricionista Cristina Menna Barreto, de São Paulo. Até o nosso humor pode ser modulado pela alimentação. Certos nutrientes têm efeito direto sobre a produção ou a inibição de determinados neurotransmissores, responsáveis pelas oscilações do estado de espírito. "Uma pessoa que acorda, toma uma xícara de café e não come nada até a hora do almoço tem maior probabilidade de ficar com o humor azedo", diz o nutrólogo Daniel Magnoni, do Hospital do Coração, de São Paulo. Existem, ainda, estudos que mostram a relação entre deficiência de ácido fólico e depressão. E uma pesquisa publicada recentemente no British Journal of Psychiatry indica que o uso de determinados suplementos nutricionais reduz a ocorrência de problemas de comportamento – entre eles a agressividade.

Muitos dos alimentos hoje demonizados foram essenciais para a evolução do homem. O consumo de carnes vermelhas garantiu a sobrevivência de nossos ancestrais em tempos de escassez de comida. Estocada sob a forma de tecido adiposo, a gordura animal representava a principal fonte de energia do pessoal das cavernas. Também se devem à dieta carnívora as proteínas que permitiram ao homem, entre outras coisas, criar o alfabeto, fabricar papel, inventar a tipografia e escrever livros que condenam... a carne. No século XVI, a inclusão da batata, tubérculo oriundo da América, no cardápio europeu possibilitou o ganho calórico que resultaria na Revolução Industrial. Mas nossos antepassados obtinham do mel e das frutas a quase totalidade do açúcar que constava de sua dieta. O doce vilão, que está na origem dos distúrbios metabólicos mais nocivos, não era onipresente como hoje. No entender de pesquisadores da história da alimentação, o gatilho para a epidemia de obesidade dos Estados Unidos, que se alastrou pelo mundo, foi justamente um açúcar: o amido de milho. "A adoção do milho é o fenômeno alimentar mais importante – e preocupante – da modernidade", diz o historiador Henrique Carneiro, autor do livro Comida e Sociedade. Dessa substância são fabricados os adoçantes e xaropes presentes em boa parte dos produtos industrializados, como os refrigerantes.

A fotógrafa americana Melanie Dunea lançou a seguinte pergunta a cinqüenta grandes chefs: "Se você fosse morrer amanhã, qual seria sua última refeição?". Em seu livro My Last Supper (Meu Último Jantar), foram poucos os que optaram por trufas, caviar e foie gras. A maioria escolheu refeições absolutamente simples. Gordon Ramsay, apresentador dos programas Hell’s Kitchen e Kitchen Nightmares, decidiu-se por rosbife com yorkshire pudding. A carne assada com molho, acompanhada de pudim salgado, é um clássico dessa licença nada poética chamada culinária britânica. E era um prato freqüente na mesa da família do escocês Ramsay. Jamie Oliver, chef inglês e também apresentador de programas de culinária, optou por spaghetti all’arrabiata e, de sobremesa, pudim de arroz. "É impressionante quão simples, rústica e despretensiosa é a maioria das seleções", escreve o chef Anthony Bourdain, no prefácio do livro. Ele próprio comeria em seu último jantar ossobuco com salsinhas e salada de alcaparras com torradas de baguete. "Há sempre uma volta às coisas da infância ou aos sabores regionais. A palavra ‘mãe’ é citada em pelo menos um terço das vezes", observou Bourdain em entrevista à revista americana Time. A lembrança de um prato não se resume ao seu sabor. Remete também a tempos felizes.

Ah, os refrigerantes, as batatas fritas, os hambúrgueres... Se eles não fossem tão gostosos, não teriam ganhado o planeta. Já as frutas, as verduras, os legumes... Bem, a verdade nua e crua (ou cozida, como queira) é que são alimentos difíceis de engolir para oito em cada dez pessoas (e para dez em cada dez crianças). Pesquisadores da Universidade de Oxford, na Inglaterra, desvendaram os mecanismos cerebrais que tornam uma fritura mais apetitosa do que um rabanete. Eles descobriram que as comidas gordurosas ativam uma região cerebral conhecida como córtex cingulado, a mesma que se acende quando recebemos um carinho ou sentimos o cheiro de um perfume.

A educação dos sentidos, no entanto, não é tão difícil como parece. Há uma máxima antiga segundo a qual "as doenças não afetam quem sabe o que comer, o que não comer, quando comer e como comer". Isso está ao seu alcance. A chave, aqui, é cultural. Gostar de vegetais implica educar o paladar – e antes dele, óbvio, o cérebro. Na verdade, trata-se de uma reeducação. Foi comprovada a existência de um instinto natural de seleção da comida. Um estudo realizado nos Estados Unidos é particularmente interessante. Os pesquisadores entregaram a crianças de péssimos hábitos à mesa dez tipos de alimentos naturais. Ao longo de uma semana, privadas de sua dieta habitual, elas conseguiram combinar tais ingredientes de forma a construir uma dieta variada e saudável. Não se recusaram a comer nada, nem repetiram sempre o mesmo prato. A capacidade de adestrarmos nosso paladar de modo a extrair prazer de comidas antes intragáveis também ficou evidente graças ao inglês Jamie Oliver, aquele chatinho dos programas de televisão. Há três anos, ele realizou uma campanha para banir as porcarias dos lanches e refeições servidos às crianças nas escolas públicas inglesas. Oliver ajudou a promover mudanças drásticas nesse cardápio – a merenda "junkie" à base de nuggets e salsichas cedeu lugar a saladas, frutas e receitas italianas. Tudo isso acompanhado do desafio de agradar aos estudantes. Deu certo. Em poucas semanas, o paladar da moçada, "mascarado" pelo consumo abusivo de gorduras artificiais, ficou, como dizer, menos inglês.

Se ainda não veio à sua cabeça a expressão, aqui está ela: bom senso. Pois é, nesse caso não dá para variar. E bom senso significa não exagerar nem no consumo nem na privação. Quer um exemplo? A exclusão de carne vermelha da dieta é responsável por carências de ferro e vitamina B12, nutrientes fundamentais para o organismo. Mais: de nada adianta seguir cegamente dietas como a japonesa e a mediterrânea, tidas como as mais saudáveis, sem levar em conta que você não vive no Japão ou às margens do Mediterrâneo. Uma dieta para ser equilibrada e prazerosa tem de se combinar ao ambiente em que se vive e à genética de cada um. Coma de tudo um pouco e tente transformar o ato de comer numa experiência mais agradável do que se restringir a uma porção de brócolis ou se entupir de frituras. De vez em quando, dá vontade de comer um hambúrguer? Não se prive desse prazer. Coma com calma, sem tanta gordura pingando no prato. Esforce-se para que pelo menos uma de suas refeições diárias seja uma experiência estética e, com o perdão da palavra, sinestésica. Tente melhorar a apresentação dos pratos, capriche na combinação dos alimentos e no seu colorido. Você dificilmente (e põe difícil nisso) se tornará um Marcel Proust, que escreveu o primeiro romance do monumental Em Busca do Tempo Perdido a partir das evocações proporcionadas por uma madeleine – mas, decerto, será alguém mais saudável e feliz.
(Lailson Santos)( veja)

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Boas Maneiras

Esse vídeo fala de boas maneiras. Muito interessante!

sábado, 14 de junho de 2008

Mensagem

Bom dia!!!
Faça do teu dia um dia maravilhoso!!! Faça escolhas que te leve a um aprendizado, que te torne uma pessoa melhor!!!
Busque a felicidade a cada momento. Seja um eterno aprendiz.
(Everaldo Rocha)

Reflexão

Quando o homem explorar intensamente o pequeno átomo e o imenso espaço e disser que domina o mundo, quando conquistar as mais complexas tecnologias e disser que sabe tudo, então ele terá tempo para se voltar para dentro de si mesmo. Nesse momento descobrirá que cometeu um grande erro. Qual?

Compreenderá que dominou o mundo de fora, mas não dominou o mundo de dentro, os imensos territórios da sua alma. Descobrirá que se tornou um gigante da ciência, mas que é um frágil menino que não sabe navegar nas águas da emoção e que desconhece os segredos que tecem a colcha de retalhos da sua inteligência.
(Augusto Cury)

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Apresentação

Olá!!!
Esse espaço está aberto para discutir Saúde: Saúde Pública e Saúde e Qualidade de Vida.
Entre e dê sua colaboração/contribuição, opinião, parecer. Participe!!!